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Buraco negro no Universo primitivo cresce muito além do esperado, revelam astrônomos

  • Gaspar
  • 19 de set.
  • 2 min de leitura

Uma equipe internacional de astrônomos, incluindo um pesquisador português, identificou um buraco negro em crescimento acelerado no Universo primitivo — expandindo-se a uma taxa 2,4 vezes maior do que o limite considerado possível para esse tipo de objeto celeste. A descoberta foi divulgada nesta quinta-feira.

Participaram do estudo três pesquisadores do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), entre eles José Afonso, presidente da Sociedade Portuguesa de Astronomia e especialista em galáxias.

Buracos negros são regiões extremamente densas do espaço, onde a gravidade é tão intensa que nada consegue escapar — nem mesmo a luz. Por isso, sua presença é geralmente inferida por meio da radiação emitida por matéria ao seu redor. Neste caso, a detecção foi feita por meio do quasar RACS J0320-35, o núcleo extremamente brilhante e distante de uma galáxia ativa.

Assim como outros quasares, o RACS J0320-35 é alimentado por um buraco negro supermassivo, com uma massa estimada em cerca de um bilhão de vezes a do Sol. Ele está localizado a aproximadamente 12,8 bilhões de anos-luz da Terra, o que significa que está sendo observado como era apenas 920 milhões de anos após o Big Bang.

A energia intensa emitida pelo quasar vem de uma enorme quantidade de matéria que se aquece ao girar em torno do buraco negro, emitindo raios X e luz visível. Essa característica foi observada com a ajuda do telescópio espacial Chandra, conforme explicou o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço em nota oficial.

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Para calcular a taxa de crescimento do buraco negro — entre 300 e 3.000 massas solares por ano — os cientistas compararam dados observacionais com modelos computacionais. “Descobrimos que o espectro observado corresponde com precisão aos modelos que simulam um crescimento acima do limite de Eddington”, relatam os autores.

“O início do Universo está se revelando cada vez mais intrigante. Estamos não apenas identificando buracos negros gigantescos — antes considerados impossíveis nessa fase inicial — como também percebendo que eles já apresentavam características extremas”, afirmou José Afonso, coautor do estudo. Ele completa: “A infância do Universo, quando surgiram as primeiras estrelas e galáxias, foi muito mais ativa e complexa do que imaginávamos”.

 
 
 
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