Tom Hanks em clima de comédia? O truque por trás dos filmes que deixaram saudade

Por que faz tanto tempo que não vemos o ator brilhar em papéis assim?

Para muitos, Hanks é o mestre do drama — aquele que emociona com facilidade e coleciona personagens marcantes. Mas quem acompanhou o início de sua carreira sabe: o humor foi o primeiro grande trunfo. Foi com a comédia que ele conquistou o público, misturando carisma, ingenuidade e um timing cômico afiado.

Rever The Money Pit é como abrir um baú de boas lembranças. Nele, Hanks interpreta um sujeito comum que compra uma casa velha e entra numa sequência absurda de desastres domésticos. Escadas desabam, banheiras caem do segundo andar — tudo no limite entre o caos e o riso. E Hanks, claro, domina cada momento com reações hilárias e um humor físico que hoje anda em falta no cinema.

Esse não foi um caso isolado. Na sequência, vieram clássicos como Quero Ser Grande, Joe Contra o Vulcão e Os Safados. Em cada um, Hanks transitava com leveza entre a comédia pastelão e a ternura, criando personagens memoráveis que pareciam falar direto com o público.

Com o tempo, o talento cômico abriu caminho para personagens mais complexos — e os dramas vieram. Náufrago, Filadélfia, Forrest Gump, Apollo 13… Todos têm algo em comum: mesmo nas situações mais sérias, Hanks nunca deixou de inserir pequenas doses de humor, humanizando cada papel com autenticidade.

Mas o cenário de Hollywood mudou. As comédias perderam espaço para superproduções, franquias e efeitos visuais. O que antes era uma aposta segura — Tom Hanks em uma comédia nos cinemas — virou raridade. Hoje, o gênero se concentra em streamings, com orçamentos mais modestos e menos visibilidade.

Para um ator como Hanks, com uma carreira já consolidada, faz sentido explorar novos territórios. Mas isso não impede que o público sinta falta da leveza das antigas comédias. Afinal, quem nunca maratonou Mensagem para Você ou Sintonia de Amor em um dia chuvoso, buscando conforto e nostalgia?

Mesmo fora das comédias puras, Hanks continua sendo aquele sujeito carismático, que sabe rir de si mesmo — seja em entrevistas, premiações ou papéis recentes. Ele nunca perdeu o timing. E por isso, tantos torcem para vê-lo de volta à comédia clássica: com confusões, personagens atrapalhados e boas risadas.

Recentemente, ele anunciou novos projetos — entre eles, Toy Story 5 e uma parceria com Wes Anderson. Mas o desejo por uma nova comédia “à moda antiga” permanece. E com o crescimento do streaming e da produção independente, talvez esse retorno esteja mais próximo do que parece.

Enquanto isso, vale revisitar os clássicos. Porque a comédia de Tom Hanks tem algo raro: ela continua atual. Suas risadas diante do caos, o jeito estabanado e o humor afetuoso ainda funcionam como antídoto para dias difíceis.

Talvez o grande segredo esteja na simplicidade: situações do dia a dia, personagens comuns e aquele ingrediente de loucura que faz tudo parecer possível. No fim das contas, é esse tipo de filme que lembra a todos nós que rir continua sendo uma das melhores formas de existir.