Drone civil de menos de R$ 3 mil causa prejuízo de US$ 7 bilhões à Rússia: a engenhosidade ucraniana no campo de batalha
- Renato Castanho
- 2 de jun.
- 2 min de leitura
Em uma das operações mais ousadas da guerra contra a Rússia, a Ucrânia realizou um ataque coordenado com drones que destruiu 41 aeronaves militares russas — incluindo bombardeiros estratégicos Tu-95 e aviões de vigilância A-50 — além de uma ponte.
A ofensiva, planejada ao longo de um ano e meio, utilizou drones do tipo FPV (First Person View, ou Visão em Primeira Pessoa). Segundo o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, 117 drones foram empregados na ação. Moscou classificou o ataque como um ato terrorista.
Esses drones FPV, originalmente desenvolvidos para fins civis como gravações esportivas e competições de corrida, foram adaptados pelo exército ucraniano para uso militar. Leves, compactos e de baixo custo — custando menos de US$ 500 (cerca de R$ 3 mil) cada, de acordo com a Reuters —, eles permitem produção em larga escala e fácil transporte para áreas remotas. O alcance varia entre 5 km e 20 km, dependendo do modelo, da bateria e da carga útil.

Pesando até 3 kg, incluindo ogiva, esses drones são pilotados remotamente com uso de fones e óculos de realidade aumentada, que transmitem as imagens em tempo real. Um dos modelos mais potentes, apelidado de "Baba Yaga", é um multirrotor projetado na Ucrânia que pode carregar até 15 kg de explosivos e operar à noite com câmeras térmicas.
O ataque simboliza um ponto de ignição no uso de tecnologia acessível no campo de batalha moderno. Com custo reduzido e grande impacto, os drones FPV demonstram como soluções improvisadas podem alterar o equilíbrio de forças em uma guerra. A destruição das aeronaves representa uma perda significativa para a capacidade ofensiva da Rússia, especialmente nos bombardeios de longo alcance.




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